sexta-feira, 18 de junho de 2010

Imperativo


Acho que acreditei em destino até o dia da minha primeira grande desilusão amorosa, ali pelos 20 e poucos anos. Depois meu pai mudou de religião e eu comecei a questionar por que há tantas ideologias diferentes no mundo e, assim, passei a perceber que eu não posso dizer que nenhuma está 100% errada e nem 100% certa. Tudo era, e ainda é, facilmente dubitável.

Se tudo está escrito, o que diabos eu estou fazendo aqui? Qual o poder que eu tenho e por que pensar tanto em como agir e quais decisões tomar? Acreditar em destino ou naquela máxima ridícula de que "o que tiver que ser vai ser" é me considerar sem importância nenhuma. É mais fácil eu acreditar em azar do que no acaso.

Eu acho até que nós escolhemos quem amar, sabe? No fundo cada um tem suas regras e preferências, e conseguindo equilibrar o amor próprio com o amor romântico, há uma grande chance de ser feliz para sempre.

Sempre quis ter o mérito em tudo. Lembro que quando era mais nova, detestava ter aula particular para passar por média. Se eu tivesse e passasse, não me sentia nenhum pouco satisfeita ou vitoriosa. Parecia que não tinha sido eu. Quero saber que posso fazer valer à pena o que a vida me oferece. Quero entender que quando algo dá errado é porque eu preciso aprender e não porque ia acontecer mesmo. Quero me decepcionar com alguém e me magoar para saber que esse alguém é que não sabe escrever um destino digno para si mesmo, e dessa forma, sair tranquila e de cabeça erguida.

Se estiver tudo escrito, rasguem minhas páginas. Quero arrumar minha própria bagunça e deixar tudo do meu jeito para ter moral de reclamar depois. Quero, inclusive, poder ajudar a arrumar a bagunça dos outros e me sentir útil. E como boa virginiana, organização é comigo mesmo!

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