terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Numa moldura clara e simples..."

Finalmente meus impulsos decidiram parar de me trair. Acho que entenderam meus recados e meus apelos. Não, eu não me odeio, mas tenho consciência do que mereço melhorar.

Tem sido cada vez mais difícil eu me arrepender. Remorso é um dos piores sentimentos e eu não desejo a ninguém, a não ser a alguém que tenha me machucado.

Apesar desse espírito de porco meio vingativo supracitado, eu sou uma pessoa boa. Muitas vezes até demais. Prefiro dormir tranquila, ter a consciência leve e pecar por ser bobinha do que seguir pelo caminho fácil e previsível de querer ser fodinha igual ao resto.

Eu já quis ser o resto, já quis ser igual, já quis ser fodinha... Nunca consegui e finalmente me conformei. Seguindo meus impulsos sinceros, e muitas vezes incompreendidos, fica mais fácil explicar o que eu sou e o que eu quero. Afinal, sou eu mesma falando de quem eu mais conheço. Tenho cara de decidida, mas não sou. Entretanto, a cada dia a razão se apodera da situação e tenta me fazer coerente com a atitude que aparento.

Quero ser lembrada por não conseguir ser diferente mesmo; por ser uma autêntica irritante de uma intensidade que incomoda; por ser um doce tão azedo, segundo uma amiga.

É...nada mais original do que a incoerência.

sábado, 20 de novembro de 2010

Te quiero, Barcelona!


"Porque es tan fuerte
que sólo podré vivirte
en la distancia y escribirte
una canción.
Te quiero, Barcelona..."


Há pouco mais de 12 anos eu me apaixonei à primeira vista por essa cidade. Na época não sabia explicar o porquê. Era como paixão mesmo, que não se explica e não se entende. A única coisa que tinha em mente quando voltei era que queria aprender espanhol e um dia voltar para estudar, morar ou simplesmente visitar.

Mesmo com o espanhol aprendido não deu para realizar exatamente todos os meus desejos devido às circunstâncias dessa vida de meu Deus. Mas eu nunca tirei da cabeça que ainda voltaria a Barcelona para tentar entender o motivo de tanto amor.

Finalmente eu voltei e entendi tudo. Em Barcelona eu me sinto em casa. É praia, calçadão, clima de férias, sol, pessoas atenciosas, alegres, falantes... Depois de arranhar no inglês em três cidades seguidas, ouvir gente falando espanhol foi música para os meus ouvidos. E foi ótimo poder exercitar e ver que eu ainda lembro de muita coisa e me viro fácil.

Barcelona não é linda apenas por suas belezas naturais. Antoni Gaudí fez da cidade um verdadeiro museu ao céu aberto. La Pedrera, Sagrada Família, Parc Guell, Casa Batlló e tantas obras belíssimas que chamam a atenção até dos mais leigos. Em lugar nenhum no mundo se vê uma arquitetura tão peculiar como na capital catalã. Tudo isso sem falar na paella, nas tapas e nas jarras de sangria bem gelada e na movimentação diária das Ramblas. É gente de todo canto do planeta, todas as cores, culturas e loucuras, artistas de rua, restaurantes, bares, bancas e lojinhas. Lindo de viver!

Diferente da outra vez em que estive lá, agora pude acompanhar mais do cotidiano de Barcelona, passando por escolas, universidades, praças, paradas de "autobus".... Só fiquei ainda mais apaixonada.

A cultura espanhola como um todo me encanta. O cinema, a música, a grandiosidade e o simbolismo da dança flamenca, a culinária.... Toda a Espanha é fantástica, mas Barcelona é meu xodó e eu divido ele com vocês.

Fato marcante: eu estive em Barcelona e isso já é marcante demais pra mim.

sábado, 13 de novembro de 2010

We always have Paris


Sim, nós sempre teremos Paris. Ela está lá pra quem quiser ver, sentir e ouvir. É, porque Paris é uma cidade para se apreciar até dizer chega. Não vá esperando uma super vida noturna e pessoas simpaticíssimas. Vá à capital francesa para encher os olhos e se sentir em um filme.

Paris é enorme, grandiosa, estonteante, charmosa, romântica e iluminada. De todos os cantos se vê paisagens, belíssimas obras, uma arquitetura fina e clássica e pessoas bonitas sempre muito bem vestidas e com hábitos de gente importante, nem que realmente não sejam.

Quando estou em Paris sinto a necessidade de respirar fundo o ar. De ficar olhando pra Torre Eiffel sem parar, esperando cair a ficha de onde eu estou. Tudo é lindo, tudo é enorme, tudo é ponto turístico e tem uma história por trás. Bendito seja Napoleão!

E, por favor, não reclamem que os parisienses são arrogantes. Eles podem! Afinal, eles moram em Paris!

Fato marcante: Por incrível que pareça, foi o lugar onde comemos pior. Não sei se demos azar, mas enfim... Logo no primeiro dia, um garçom maldito nos sugeriu um prato, um tal de "steak tartare". Quando chegou, era um enorme bife de filé mignon cru com um ovo, também cru, em cima.

domingo, 7 de novembro de 2010

Amsterdã!


Lindíssima. É assim que descrevo Amsterdã. Com toda a sua fama de terra sem lei, de gente maluquinha e muita farra, a capital holandesa é bem diferente das outras cidades europeias que conheço. Não só pela arquitetura e a língua, mas pelo jeitão do povo holandês. Não são pessoas tão calorosas como os londrinos, mas possuem um estilo de vida bem peculiar. A bicicleta é um importantíssimo meio de transporte e a impressão que dá é de que todos os habitantes têm uma magrela. Amsterdã conta com uma ciclovia por toda a sua extensão e é muito comum ver pessoas pedalando e falando ao celular simultaneamente. Há semáforos e faixas de pedestre exclusivas para os ciclistas e, mesmo assim, é uma loucura só. Confesso que aluguei uma bike para tentar e morri de medo. A ciclovia é super estreita (não tem nem um metro de largura, mas passam duas bicicletas e até motos) e o pessoal anda muito rápido. Fora que fazia uns 15 anos que eu não pegava num guidom. Aí já viu a presepada, né?

A noite é realmente agitada. Fiquei impressionada como pessoas mais velhas curtem a night da cidade. Em um pub que fomos em plena quarta-feira, contei vários senhores e senhoras com seus 40/50 anos bebendo e dançando como se não houvesse amanhã. Animação de dar inveja a muito garotão por aí.

Amsterdã estava ainda mais linda com o colorido das folhinhas amarelas de outono que se misturavam aos pequenos prédios e casas de tijolinhos marrons. Um clima bucólico contrastando com a galera muito doida pelas ruas.

Fato marcante: o cheiro de maconha que senti assim que saí da estação de trem logo na chegada à cidade, e uma doidinha querendo tirar foto com um baseado na mão.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

It's London, baby!


Já tinha ido à Europa em 1998, quando fiz 15 anos e preferi trocar a festa e a viagem à Disney por 33 dias no Velho Continente. Enquanto todas as minhas amigas queriam ver o Mickey, eu queria ver a Monalisa.

Doze anos depois, estou de volta. Esses quatro dias em Londres foram muito pouco para tantas surpresas que tive. Meu olhar hoje é outro e só agora eu percebi como os londrinos são os nórdicos mais latinos que eu já vi na vida. Educados, calorosos e simpáticos, estão sempre dispostos a ajudar mochileiros perdidos e dizendo aquele "sorry" bem lindo e carregado quando esbarram de leve em você.

Apesar do frio que ficou pequeno diante de tanta gente bonita, tantas misturas de culturas, línguas e atitudes, cada caminhada, cada pessoa, cada olhar e cada imagem ficaram guardadas com muito carinho. Londres é uma cidade musical. Não era pra menos, né?

Fato marcante: um guardinha na entrada da O2 Arena me viu com cara de perdida de longe, chamou-me sem eu ter dado nenhum pio e disse: "Are you from Brazil?" É... parece que está escrito na testa. Ou seria em outro lugar? o.O