terça-feira, 11 de maio de 2010

Luz, câmera, paixão!


Comecei a gostar de cinema aos 16 anos, época que tive meu primeiro namorado e nós só podíamos fazer, praticamente, este único tipo de programa. A gente ia toda semana. Chegávamos ao ponto de já ter visto todos os filmes que estavam passando na cidade e ficávamos sem opção. O jeito era ficar em casa ou ir ao shopping só pra lanchar. De tanto ir ao cinema, comecei a aprender os nomes de alguns atores e diretores, e a esperar ansiosamente pelas próximas estreias. Foi totalmente por acaso.

Hoje, assistir filmes virou um hábito necessário. Não apenas uma distração ou uma forma de entretenimento, mas de conhecimento também. Adoro ler sobre o assunto, saber as novidades, conhecer obras de diretores antigos, estudar, analisar... Já pensei em fazer cinema, mas nunca levei a ideia adiante. Acho que eu gosto mesmo é de falar de cinema. Apesar de ter muita curiosidade de ver um filme meu. Ia ser uma mistura doida de referências e influências. Faria algo bem diferente.

A sétima arte traz o mundo até mim. Um lugar onde eu não posso estar ou uma época que eu não pude viver. Por isso sempre preferi os filmes realistas aos fantásticos. Quando comecei essa jornada, assisti de tudo e fui conhecendo os meus gostos. Aprendi, por exemplo, que não gosto quando estipulam gêneros. Drama, comédia, ação, aventura? Um bom filme pode ter de tudo um pouco ou mesmo nada. Nunca se sabe. Considero um filme bom quando ele me envolve, emociona, choca, assusta, faz pensar!

Acredito que o gosto cinematográfico de uma pessoa reflete, e muito, o que ela é. Tipo, você é o que você assiste. Minha personalidade meio infantil e idealista que se choca com o lado mais pessimista e seco me faz babar por filmes com roteiros meio oníricos e fotografias deslumbrantes e por outros mais dramáticos, complexos e minimalistas.

Gosto de sair do cinema querendo saber mais sobre o que acabei de assistir. Por isso adoro os filmes inspirados em fatos reais ou os que exploram temas bem humanos, como doenças, relacionamentos, traumas, sonhos... tudo de forma sutil ou então bem exagerada. Mais um traço bem típico meu.

Hoje meus ídolos são grandes diretores. Tarantino, Almodóvar, Jean-Pierre Jeunet, Scorsese, Truffaut, Hitchcock, Kubrick... Cada um no seu estilo. Cada um representa uma peça diferente que forma o quebra-cabeça confuso que eu sou. É neles que eu me vejo e me entendo. É no escurinho do cinema que eu deliro e sou plenamente feliz.

Ainda tenho muito o que aprender sobre cinema. E é uma das poucas coisas sobre as quais eu tenho uma sede enorme de me informar. Ainda tem muito filme em preto e branco para ver, ainda tem muito clássico para eu assistir. O cinema me dá a sensação de que posso desbravar o mundo sem sair do lugar. E isso é fantástico.

"O cinema é o modo mais direto de entrar em competição com Deus."
(Federico Fellini)

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