Todo mundo chora. Há o choro de dor física, de alegria, de saudade, decepção, medo e por aí vai. Mas existe um choro que eu só conheci recentemente: o choro de alívio.
É um choro bom de quem tirou uma baleia das costas. São lágrimas que um dia foram de dor. Pedras de angústia que se derretem e correm eufóricas sem querer parar. É um choro gostoso, prazeroso. Você não grita como quando sente dor e nem sorri como quando recebe uma surpresa emocionante. Você simplesmente chora e soluça abraçado a alguém quase que agradecendo por aquela sensação repentina de tranquilidade.
É um oceano de lágrimas e cada uma representa cada dia que você passou deitada sem coragem de viver e procurando explicações que nunca vinham. Cada dia que você amaldiçoou toda e qualquer teoria romântica e idealista dos otimistas irritantes. Cada uma com uma cor. A cor do quarto escuro, do lençol amarelado, do filme cinzento que fazia o tempo passar mais rápido...
O choro de alívio é fruto da verdade que vem depois de esperá-la até o triste ponto de desistir. É a chave para o recomeço de algo que ainda não se sabe, mas que se espera com medo. Medo de ter que chorá-lo de novo.
Por melhor que seja o choro de alívio, não quero precisar chorá-lo nunca mais.
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