segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Confissões de uma pessimista

Eu já acreditei em Papai Noel, coelhinho da páscoa, bebês que nascem de uma sementinha, que a Xuxa sabia que eu existia e que eu ainda ia ser paquita. Acreditei em alma gêmea, príncipe encantado, papai do céu, no destino e em amizades eternas. Depois passei a acreditar na profissão ideal e no salário justo. Hoje eu conto nos dedos as coisas em que acredito.

Chego a ser uma chata quando estou triste e alguém, com toda a melhor intenção do mundo, tenta me confortar dizendo coisas do tipo: 'Vai dar certo. Deve ter acontecido alguma coisa'. Não. Não aconteceu. Eu sei.

Hoje eu só acredito no que vejo. Criei uma casca dura que me impede de ter esperança. Nas raras vezes que sinto, odeio. Sinto-me uma retardada. Quanto mais alto você sonha, maior é a queda. Esperar o pior me prepara para o pior e me deixa ainda mais feliz quando acontece algo bom. Portanto, se você gosta de mim, pense bem antes de me dar um conselho, ok? E se caso estiver certo, foi pura coincidência, e não obra do destino.

Eu não acredito mais:

- Que o que for pra ser vai ser
- Que no final tudo sempre se resolve
- Que eu sou nova e não preciso de pressa
- Que ele vai ligar quando prometeu
- Que quando as pessoas querem de verdade elas fazem por onde
- Que se casou é porque dá certo
- Que amizades de verdade não precisam de contato para serem mantidas
- Em promessas de amor eterno
- Que pactos não são quebrados
- Que as pessoas gostam de mim do jeito que eu sou
- Que só amor é suficiente
- Na pureza da resposta das crianças
- Que só se ama uma vez na vida
- Na pessoa certa
- Que é preciso amar o que faz para fazer bem feito
- Que as pessoas aprendem as lições da vida

Não se sinta culpado por acreditar em algo dessa lista ou mesmo em tudo. Eu admiro isso em você e espero mesmo que você esteja certo. E não, eu não acho a vida uma merda. Eu só aprendi a enxergá-la com mais verdade, o que acaba tornando-a até mais bonita.

O engraçado é que eu tenho esperança pelas pessoas, mas tento não demonstrar e sempre passar um pouco do meu senso de realidade para ajudá-las a não cair de muito alto. É... ser pessimista tinha que ter um lado bom.

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